Avaliação psiquiátrica
A importância da Primeira Avaliação Psiquiátrica | Dr. Frederico Martins
A importância da Primeira Avaliação Psiquiátrica: um passo de coragem em busca de equilíbrio emocional
Como Reconhecer a Necessidade, Quais Sintomas?
Reconhecer que algo não vai bem com nossas emoções e pensamentos não é uma tarefa fácil. Muitas vezes, os sintomas psiquiátricos passam despercebidos, confundidos com momentos passageiros de tristeza, ansiedade ou estresse. Em outros casos, percebemos claramente que algo está errado, mas relutamos em buscar ajuda devido ao medo, preconceito ou até mesmo à crença equivocada de que precisamos enfrentar tudo sozinhos.
Como Tomar a Decisão de Fazer a Primeira Avaliação Psiquiátrica?
Tomar a decisão de realizar a primeira avaliação psiquiátrica requer muita coragem. É um ato de cuidado consigo mesmo, um reconhecimento sincero da necessidade de ajuda especializada para compreender melhor aquilo que nos aflige internamente. A dificuldade em dar esse passo muitas vezes surge do estigma social relacionado aos transtornos mentais, levando as pessoas a adiarem ou evitarem o tratamento adequado.
Entretanto, quando esse primeiro passo é dado, ele abre a porta para um profundo entendimento das dificuldades emocionais e psíquicas, permitindo que o sofrimento silencioso dê lugar ao acolhimento e a estratégias efetivas para a recuperação.
Os transtornos psiquiátricos estão entre as principais causas de adoecimento e incapacidade no mundo todo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), já em 2017, destacou que a depressão se tornou a maior causa isolada de incapacidade global, afetando mais de 300 milhões de pessoas. Além do impacto emocional, há consequências físicas importantes, como alterações metabólicas e inflamatórias, contribuindo diretamente para o adoecimento do corpo (OMS, 2017; Miller et al., 2020).
Quais os Benefícios de Fazer a Primeira Avaliação Psiquiátrica?
Por isso, buscar precocemente a avaliação psiquiátrica é fundamental. O tratamento psiquiátrico bem orientado traz benefícios claros:
- Redução dos Sintomas
- Melhora Significativa na Qualidade de Vida
- Menor Risco de Complicações Físicas e Emocionais
- Impacto Positivo e Duradouro nas Relações Interpessoais e Profissionais
Estudos mostram que intervenções precoces melhoram significativamente o prognóstico a longo prazo e reduzem o risco de cronicidade e incapacidade (Patel et al., 2018).
Dar esse primeiro passo é um ato de coragem e autocuidado. É permitir-se receber apoio, restaurar o equilíbrio e conquistar novamente uma vida saudável, produtiva e significativa.
Referências
- World Health Organization (2017). Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. WHO: Geneva. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/depression-global-health-estimates
- Miller, A. H., Maletic, V., & Raison, C. L. (2020). Inflammation and its discontents: The role of cytokines in the pathophysiology of major depression. Biological Psychiatry, 88(9), 701-711.
- Patel, V., Saxena, S., Lund, C., Thornicroft, G., Baingana, F., Bolton, P., ... & UnÜtzer, J. (2018). The Lancet Commission on global mental health and sustainable development. Lancet, 392(10157), 1553-159.